quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Armas - Projetéis - Poder de Parada

                      Projéteis Expansivos

projeteis expansivos

 


No mercado americano e também no Brasil existem inúmeras opções de munições para defesa pessoal, sendo que a maioria utiliza projéteis expansivos. Esses produtos são desenvolvidos basicamente com o propósito de diminuir penetração excessiva, que pode colocar em risco terceiros. Os projeteis expansivos fazem exatamente isso, distribuem mais energia no alvo e diminuem a penetração excessiva. O que acontece é que existe uma gama enorme de produtos que podem ou não ser mais eficazes em cada situação.
É importante entender que cada caso é um caso. O comportamento de uma munição específica pode ter um resultado muito diferente dependendo de certas variáveis, como: tipo de arma, carga, tamanho de cano, peso do projétil, velocidade, capacidade de transfixar obstáculos, quantas barreiras existem antes de atingir o alvo, qual o material do alvo sendo atingido (ossos, músculos, roupas pesadas ou leves), calibre, entre inúmeras outras coisas que podem influenciar. Uma linha de munições pode ser excelente em uma 9mm compacta, mas pode ser péssima em uma .40 S&W com tamanho padrão. Um projétil passando por uma parede interna típica nos EUA (dry wall) pode não expandir nada, pois a cavidade no projétil pode “plugar”, ou ser preenchida por um material parecido com gesso, não expandir e passar por todas as paredes da casa, pondo em perigo terceiros. Outro tipo de munição, mesmo expansiva, pode fragmentar muito, perdendo quase toda sua energia ao passar por um obstáculo, que pode ser desejável ou não, dependendo da situação.
O que quero frisar é que não existe munição mágica, que é boa pra todo tipo de situação e todo tipo de arma. Em minha opinião, você deve analisar qual a situação de defesa é mais provável estar e escolher sua munição a partir daí. Os projéteis expansivos têm seu lugar, mas também tem limitações, foram projetados para um fim específico, então, novamente, é importante avaliar se é a munição correta para sua situação específica.
As linhas de munições defensivas sofrem alterações continuamente, sendo que algumas ou não existem mais ou foram reintroduzidas com outros nomes. Geralmente existem estratégias de marketing conjuntamente com desenvolvimento técnico. Ou seja, pode ser que a melhor munição para você não seja a da caixinha bonita com promessas de derrubar um elefante, de susto, no primeiro tiro. O que eu recomendo fazer é procurar algum vídeo demonstrando o efeito de uma munição específica, em uma arma com características parecidas com a sua. Existe uma infinidade de vídeos onde é possível verificar os resultados em gelatina balística. O que eu geralmente busco quando analiso estes testes é expansão controlada, mas suficiente, com expansão de todas as pétalas do projétil, sem perda da jaqueta ou fragmentação excessiva, com no mínimo 12″ de penetração e no máximo 16″.
Como existem muitas munições defensivas usando projéteis expansivos, vou falar rapidamente sobre duas linhas importadas de munição, só para exemplificar algumas diferenças nesse tipo de projétil.

Speer Gold Dot: É um tipo de munição que utiliza projéteis expansivos do tipo “bonded”, onde é feita uma espécie de solda entre o chumbo e a jaqueta de latão. Isso faz com que o projétil expanda, mas não perca a jaqueta, nem fragmente muito. Esse tipo de munição (bonded) é muito utilizada em rifles de caça, já que a fragmentação excessiva não é desejada e pode não abater o animal. A mesma coisa acontece com um ser humano. Se acontecer muita fragmentação, incluindo separação da jaqueta, o projétil se despedaça e perde energia mais rápido, pode não ter a penetração adequada para atingir órgãos necessários para parar a ameaça.

Federal Hydra-Shok: É também uma munição que utliza projéteis expansivos, mas ela tem uma espécie de vareta no meio da cavidade, na ponta do projétil. Segundo a Federal, isso propicia uma expansão mais rápida, confiável e, ao mesmo tempo, mais penetração. Se isso é marketing ou não, não sei. Mas vi alguns testes do .380 ACP em pistolas de bolso, disparando contra uma gelatina balística com três camadas de jeans na frente, feitas por pessoas não ligadas à Federal, e os resultados foram excelentes. É a munição que uso quando porto minha Glock 42. Note que resultado em gelatina balística pode não ser a mesma coisa que numa situação real, mas avaliando as situações que eu provavelmente teria que usar minha arma para defesa, foi a minha escolha.

Em geral, uma munição que utliza projéteis expansivos e não é “bonded“, e, além disso, a cavidade de expansão do projétil é muito grande, tende a expandir mais, mas, ao mesmo tempo, pode perder parte da jaqueta ou se fragmentar em demasia, perdendo seu poder de penetração. Já uma munição com a cavidade muito pequena, pode se encher de materiais diversos antes de atingir o alvo, e não expandir nada. A velocidade influencia também, quanto mais veloz, mais fácil o projétil fragmentar antes de penetrar suficientemente o corpo do agressor.

Na verdade existe um ponto otimizado para cada arma, onde, novamente, todas as variáveis mencionadas no inicio do texto influenciam. Veja vídeos, contate o fabricante (em muitos casos eles respondem com dados técnicos), se falar inglês, leia comentários em fóruns especializados. Infelizmente não existe resposta simples e pronta nesse caso. Achar a melhor munição para a sua situação de defesa e para a sua arma requer muita pesquisa e paciência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário