Enquanto está em
casa mudando de canal é provável que já tenha visto uma cena de
crime em um dos vários programas sobre ciência forense na
TV
,
como "CSI"
(em inglês) ou "Dexter" e tenha notado algo que parece bastante
incomum. Entre os técnicos procurando por
digitais
(em inglês) e coletando fibras capilares na cena do assassinato, a
câmera foca uma série de marcas vermelhas passando pelo chão,
parede, mesa e sofá. Todas parecem se juntar em uma área
específica.
De repente, um
investigador começa a relatar os fatos sobre o crime: quando ele
aconteceu, onde o ataque ocorreu dentro do cômodo, qual o tipo de
arma usada e a distância entre o agressor e a vítima. Como ele
pode ter conseguido essas informações através das marcas?
As marcas em si não
são importantes. Elas são simplesmente uma ferramenta para ajudar
os investigadores e analistas a tirarem conclusões sobre uma
substância que geralmente é encontrada em cenas de crime: o
sangue.
Estamos acostumados a ouvir que as amostras sanguíneas são usadas
para identificar uma pessoa por meio do
DNA.
Mas o próprio sangue pode determinar vários aspectos
significativos do crime, de acordo com o lugar onde ele cai, da
maneira como cai, da consistência, do tamanho e do formato das
gotas ou pingos de sangue.
No entanto, é claro
que analisar respingos de sangue não é tão simples quanto os
analistas de manchas de sangue fictícios como Dexter Morgan fazem
parecer. Especialistas na área costumam dizer que isso é tanto uma
arte quanto uma ciência. Se existirem várias vítimas e agressores,
a análise se torna ainda mais complexa. Porém, um analista de
manchas de sangue bem treinado e experiente geralmente consegue
fornecer informações essenciais que levam à prisão e à condenação
dos agressores.
Como se tornar uma analista
de manchas de sangue
A área de análise de manchas
de sangue exige conhecimento de matemática, física, biologia
e química. Estudantes de Criminologia e Justiça Criminal
aprendem sobre o tema em cursos de ciência forense ou em
aulas específicas sobre respingos de sangue. No entanto, a
maioria dos analistas começa como um oficial da polícia que
aprende na prática, recebe certificações, faz cursos e
participa de workshops e seminários. A Associação
Internacional de Analistas de Mancha de Sangue (IABPA, sigla
em inglês) desenvolveu os critérios para o Curso Básico de
Análise de Manchas de Sangue, aulas introdutórias sobre o
assunto com duração de 40 horas. Outras organizações, como a
Associação Internacional para Identificação (IAP, sigla em
inglês), oferecem workshops e seminários, assim como cursos
avançados na área. A Royal Canadian Mounted Police e a
Ontario Police College oferecem programas extras da técnica
para oficiais da polícia, sendo que u último está aberto
para candidatos estrangeiros.
|
Vamos começar pelo
básico sobre a análise de manchas de sangue, como por exemplo, o
que os respingos de sangue desse fluído podem revelar (e o que
eles não podem).
Sobre o sangue
Por mais
desagradável que seja lidar com isso, quando um crime resulta em
sangue derramado, é ele que
funciona como evidência para os investigadores. Um analista de
manchas de sangue não consegue observar as gotas e manchas e dizer
imediatamente quem foi o culpado, o que aconteceu e quando o crime
ocorreu. A análise leva tempo e é apenas uma parte do
quebra-cabeça quando os investigadores estão reconstruindo os
elementos de um crime. No entanto, essa análise pode comprovar
outras evidências e levar os especialistas a procurar por pistas
adicionais. Depois de uma investigação rigorosa, as manchas de
sangue podem indicar informações importantes como:
·
tipo e
velocidade da arma
·
número de
golpes
·
destreza
manual do agressor (os agressores tendem a atacar com a mão
dominante do lado oposto do corpo da vítima)
·
posição e
movimentos da vítima e do agressor durante e depois do ataque
·
quais
ferimentos foram causados primeiro
·
tipos de
ferimentos
·
há quanto
tempo o crime foi cometido
·
se a morte
foi imediata ou se aconteceu depois de algum tempo
As manchas podem
ajudar a recriar um crime por causa da maneira como o sangue se
comporta. Ele deixa o corpo como um líquido que segue as leis do
movimento e da gravidade. E se movimenta em gotas esféricas por
causa da
tensão superficial. As moléculas do sangue são muito
coesas, ou seja, atraem umas às outras,
apertando-se até ficarem de um formato com a menor área possível.
Essas gotas se comportam de maneiras previsíveis quando caem sobre
uma superfície ou quando uma força age sobre elas.
Lembre-se do que
acontece quando você derrama gotas de
água
sobre o chão. O líquido cai devagar formando uma poça circular. O
formato e o tamanho dependem da quantidade de água derramada, da
altura em que estava o copo e se você derrubou sobre o carpete,
madeira, linóleo ou alguma outra superfície. Uma grande quantidade
de água forma uma poça maior. E se cair de uma longa distância
terá um diâmetro menor. Em uma superfície dura irá manter uma
forma circular, enquanto o carpete absorve um pouco da água e faz
as margens aumentarem.
Seco e coagulado
Com o passar do tempo, as manchas de sangue
secam. O tempo que isso leva para acontecer depende da
superfície onde ele foi derramado, da quantidade de sangue
na mancha, do calor e da umidade na cena do crime. As bordas
secam primeiro. Uma mancha realmente
seca pode se
desprender do local e deixar um círculo ao redor do diâmetro
original da gota. Um analista pode ajudar a localizar onde o
crime ocorreu com base na secagem do sangue.
Embora no início o sangue se
comporte como um líqüido normal, um tempo depois de deixar o
corpo ele começa a coagular. A coagulação pode ocorrer
dentro de 15 minutos. Se algumas gotas de sangue estiverem
mais coaguladas do que as outras, isso pode indicar que
múltiplos golpes ou tiros ocorreram durante um período de
tempo.
As manchas também podem
conter pedaços de tecido e osso. Isso geralmente indica um
respingo de alto impacto e o tipo de tecido pode ajudar a
determinar a profundidade e a gravidade dos ferimentos
provocados no ataque.
|
Respingos de sangue
O
sangue
se comporta de maneira muito parecida com as gotas de
água
derramadas. Um
respingo de baixa velocidade
geralmente é o resultado de gotas de sangue pingando. A força do
impacto é de 1,5 metros por segundo ou menos e o tamanho dos
pingos fica entre 4 e 8 mm. Esse tipo de mancha geralmente ocorre
depois que a vítima recebe um golpe e não na hora em que ela é
golpeada. Por exemplo, se a vítima é esfaqueada e anda pelo local
sangrando, as gotas resultantes serão um tipo de respingo de baixa
velocidade, conhecido como
respingo passivo.
Os respingos de baixa velocidade também podem resultar de poças de
sangue ao redor do corpo de uma vítima e de
transferências (marcas deixadas por armas ou
manchas e rastros deixados devido ao movimento). Isso pode ocorrer
com alguns ferimentos, como o sangramento causado por um golpe.
Um
respingo de média velocidade tem uma força entre
1,5 e 30,5 metros por segundo e o seu diâmetro geralmente não é
maior do que 4 mm. Isso pode ser causado por um objeto sem ponta,
como um bastão, ou pode ocorrer quando a pessoa é espancada ou
golpeada com faca. Ao contrário do que acontece com o respingo de
baixa densidade, quando uma vítima é espancada ou esfaqueada, as
artérias podem ser rompidas. Se elas estiverem próximas da pele, a
vítima sangra mais depressa e o líquido pode jorrar dos ferimentos
enquanto o
coração
continua a pulsar. Isso resulta em uma quantidade maior
de sangue e em um padrão bastante específico. Os analistas chamam
esse fenômeno de
sangue projetado.
Se usarmos o exemplo da água, um respingo de média densidade pode
ser feito com uma arma com jatos de alta intensidade.
Os
respingos de alta velocidade geralmente são
provocados por ferimentos à bala, embora também possam ser
causados por outras armas se o agressor aplicar muita força. Eles
se movimentam com uma velocidade maior do que 30,5 metros por
segundo e geralmente parecem com um borrifo formado por gotas
pequenas, com menos de 1 mm de diâmetro. Os ferimentos causados
por bala são únicos porque podem deixar respingos na frente e
atrás ou apenas atrás. Isso vai depender se o projétil parou
depois de entrar no corpo da vítima ou se o atravessou. Na maioria
dos casos, o respingo na parte por onde sai o tiro é bem menor do
que por onde a bala entra.
Os analistas sempre procuram por buracos ou espaços em branco nos respingos, que indicam que gotas de sangue caíram sobre algo (ou alguém) e não sobre as superfícies ao redor. No caso de vestígios de alta densidade, pode significar que o sangue da vítima caiu sobre o agressor. Às vezes, um respingo pode parecer de alta velocidade enquanto na verdade é um de média ou baixa velocidade. Gotas menores podem cair de pingos maiores de sangue. Um analista experiente procura pelas maiores para verificar se isso aconteceu. Esses tipos de gotas também costumam ser encontrados em lugares como o teto, enquanto o resto dos respingos está concentrado em outro lugar. As manchas de sangue também podem ficar umas sobre as outras, o que pode indicar qual ferimento aconteceu primeiro ou se foi causado por bala ou faca .
O tamanho e a força do impacto são apenas dois aspectos usados para conseguir informações sobre os respingos de sangue. A seguir, vamos ver os formatos e como os analistas usam fios, funções trigonométricas e programas de computador para mapear uma cena do crime.
Os analistas sempre procuram por buracos ou espaços em branco nos respingos, que indicam que gotas de sangue caíram sobre algo (ou alguém) e não sobre as superfícies ao redor. No caso de vestígios de alta densidade, pode significar que o sangue da vítima caiu sobre o agressor. Às vezes, um respingo pode parecer de alta velocidade enquanto na verdade é um de média ou baixa velocidade. Gotas menores podem cair de pingos maiores de sangue. Um analista experiente procura pelas maiores para verificar se isso aconteceu. Esses tipos de gotas também costumam ser encontrados em lugares como o teto, enquanto o resto dos respingos está concentrado em outro lugar. As manchas de sangue também podem ficar umas sobre as outras, o que pode indicar qual ferimento aconteceu primeiro ou se foi causado por bala ou faca .
O tamanho e a força do impacto são apenas dois aspectos usados para conseguir informações sobre os respingos de sangue. A seguir, vamos ver os formatos e como os analistas usam fios, funções trigonométricas e programas de computador para mapear uma cena do crime.
O lado da arma
Se um tiro aconteceu à queima
roupa, a vítima pode apresentar
marcas ou
queimaduras na pele causadas pela pólvora. Tiros a partir de
uma distância muito curta também podem deixar
manchas internas no cano da
arma. Quando isso acontece, o sangue da
vítima é sugado para dentro do revólver por causa do
resfriamento dos gases explosivos que são liberados na hora
do disparo. Examinar o cano da arma em busca de sangue pode
oferecer uma pista adicional para resolver o caso.
|
Fios, senos e formatos dos respingos
A técnica de
colocar fios sobre cada respingo é apenas uma maneira de
determinar a
área de convergência
ou a fonte de
sangue.
A maioria dos programas de
TV,
como "Dexter," mantém o foco apenas sobre o analista observando os
fios e relatando o crime, mas não mostra o processo envolvido.
Nesse método, que é usado por vários analistas, o especialista
documenta a localização de cada respingo usando o sistema de
coordenadas. A seguir, ele estabelece uma
base para demonstrar para onde o pingo está
voltado em relação ao chão e ao teto.
Usando fios
elásticos, o profissional coloca linhas a partir de cada respingo
até a base. Depois, usa um transferidor na base da área onde os
fios convergem para determinar o ângulo de lançamento de cada
gota. Se estiverem principalmente na parede, é possível medir a
distância entre a área de convergência e o objeto para descobrir
onde a vítima estava.
Alguns analistas
usam cálculos trigonométricos para descobrir a área de
convergência. As medidas da mancha de sangue se tornam os lados de
um triângulo retângulo: seu comprimento é a hipotenusa e a largura
fica do lado oposto ao ângulo que o analista está tentando
descobrir.
Primeiro é
necessário localizar cada mancha e medir o comprimento e a largura
delas usando uma régua ou compasso de calibre. Em seguida,
calcular o ângulo usando essa fórmula:
ângulo de impacto =
arco seno (lado oposto/hipotenusa)
Veja o que um
analista precisa fazer para que a fórmula funcione:
1.
medir o comprimento e a largura da mancha
2.
dividir a largura da mancha pelo comprimento
3.
determinar o
arco seno desse
número, geralmente usando uma calculadora que possua esta função.
Uma gota de sangue
que cai perfeitamente na vertical ou formando um ângulo de 90°
será redonda. À medida que o ângulo de impacto aumenta, o pingo
fica cada vez mais longo e desenvolve uma "ponta" que indica a
direção percorrida. Porém, seu comprimento não faz parte das
medidas.
Quanto maior a
diferença entre a largura e o comprimento, mais agudo será o
ângulo de impacto. Por exemplo, imagine uma mancha de sangue com 2
mm de largura e 4 mm de comprimento. A largura dividida pelo
comprimento seria igual a 0,5. O arco seno de 0,5 é 30, então o
sangue caiu na superfície formando um ângulo de 30°. Em uma mancha
com a largura de 1 mm e comprimento de 4 mm, o coeficiente seria
de 0,25. Nesse caso, o sangue caiu na superfície formando um
ângulo com cerca de 14°.
Um terceiro método
envolve medir o comprimento e a largura de cada marca, realizar
outras medições da área e passar esses dados para um programa de
computador, como o No More Strings. Esses programas criam modelos
tridimensionais e animações da cena do crime, além de indicar a
área de convergência. Quando usados para apresentar alguma
evidência podem ser mais convincentes do que declarações de
especialistas cheias de jargões ou fotografias bidimensionais.
Até agora, vimos
como a análise de manchas de sangue pode funcionar quando
utilizada de maneira correta por oficiais da polícia bem
treinados. A seguir, vamos conhecer a história da análise de
manchas de sangue e ler sobre um caso que apresenta análises de
sangue malfeitas.
História da análise de manchas de sangue
Embora a análise de
manchas de
sangue
seja estudada desde o fim da década de 1980, os investigadores nem
sempre reconheceram seu valor. O primeiro estudo conhecido foi
realizado no Instituto de Medicina Forense, na Polônia, pelo Dr.
Eduard Piotrowski. Ele publicou o livro "Concerning the Origin,
Shape, Direction and Distribution of the Bloodstains Following
Head Wounds Caused by Blows" (Origem, Formato e Distribuição das
Manchas de Sangue dos Principais Ferimentos Causados por Golpes).
Casos que incluíam esse tipo de interpretação só começaram a
aparecer 50 anos mais tarde.
No caso do Estado
de Ohio versus Samuel Sheppard, um depoimento com base em uma
evidência encontrada em uma mancha de sangue foi apresentado pelo
Dr. Paul Kirk. Esse caso, de 1955, tornou-se um marco pois foi uma
das primeiras vezes em que o sistema legal reconheceu a
importância desse tipo de análise. O Dr. Kirk mostrou a posição do
agressor e da vítima, além de demonstrar que o suspeito atacou a
vítima usando a mão esquerda.
Uma outra pessoa
importante na área foi o Dr.Herbert MacDonell, que publicou o
livro "Flight Characteristics of Human Blood and Stain Patterns"
("Características do Movimento do Sangue Humano e Padrões de
Mancha"), em 1971. MacDonell também treinou a polícia em análise
de manchas de sangue e desenvolveu cursos para continuar o
treinamento de analistas. Em 1983, ele e outros participantes do
primeiro Instituto Avançado em Mancha de Sangue fundaram a
Associação Internacional de Análise de Manchas de Sangue (IABPA,
sigla em inglês). Desde então, a área continuou a crescer e a se
desenvolver. Agora ela se tornou uma prática padrão que deve ser
feita pelos policiais durante uma
investigação da cena do crime.
Um caso famoso que
envolveu essa técnica é lembrado por um dito popular conhecido na
Austrália (graças à Meryl Streep no filme "Um Grito no Escuro" e à
Elaine Bennes no seriado "Seinfeld"): "The dingo ate my baby" ("O
dingo - cão selvagem australiano - comeu o meu bebê").
Análise por procuração
Em alguns casos, o analista
de manchas de sangue não consegue visitar a cena do crime.
Ele precisa contar com os investigadores e técnicos para
tirar fotos de longa e média distâncias e
close-up de cada
mancha usando a indicação de uma escala. O técnico também
precisa se certificar de anotar a direção da marca em
relação aos outros elementos da área, como os móveis. Mais
tarde, o especialista vê todas as fotografias para tirar as
conclusões. Se fotos adequadas não forem tiradas, a análise
não pode ser feita. Técnicos de emergência e oficiais da
polícia, às vezes, podem modificar ou destruir as
evidências. Assim, os analistas precisam reconhecer coisas
como marcas de sapato deixadas por um oficial que pisou no
sangue da vítima.
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Análise de manchas de sangue em ação: o caso
Chamberlain
Em agosto de 1980, a família Chamberlain estava acampando perto de
uma formação rochosa chamada Ayers Rock, na área central da
Austrália.
Lindy Chamberlain colocou os seus dois filhos, Reagan de quatro
anos e Azaria de dois meses para dormir na barraca. Quando voltou,
gritou "O dingo pegou o meu bebê!"
De acordo com Lindy, quando chegou à barraca viu um dingo
arrastando algo de dentro dela. A mãe não estava perto o
suficiente para ver o que era, mas quando foi verificar como as
crianças estavam notou que Azaria tinha desaparecido. Ela e o
marido Michael, junto com outros campistas, começaram então a
procurar por Azaria. Uma campista vizinha, Sally Lowe, foi até a
barraca para ver como Reagan, que dormia, estava. Encontrou uma
pequena poça de
sangue
no chão e deduziu que Azaria provavelmente já estaria morta.
Assim que o guarda
florestal chegou, Lindy lhe mostrou um cobertor ensagüentado e
rasgado, além de objetos (que estavam dentro da barraca) com
sangue. Porém, oficiais da polícia levaram apenas o cobertor. Já
as roupas dos Chamberlains, que também continham manchas de
sangue, só foram coletadas mais tarde.
Quando um turista
encontrou o macacão do bebê perto da toca de um dingo, ele estava
apenas um pouco rasgado e ensanguentado, mas a maioria dos botões
ainda estava fechada. Ele estava arrumado como se tivesse sido
puxado. O bebê estaria usando outras roupas que não foram
encontradas. Um policial chegou ao local e, para o espanto de um
turista, pegou o macacão e o dobrou. Além disso, uma equipe de
TV
(em inglês) declarou que a vestimenta havia sido encontrada
daquela maneira.
Isso continuou a
criar mais suspeitas sobre o envolvimento dos Chamberlains na
morte da criança. A polícia afirmou ter encontrado marcas de
sangue com o mesmo grupo sangüíneo de Lindy Chamberlain na caverna
perto de Ayers Rock. No início, a pequena quantidade encontrada na
barraca também era suspeita. No entanto, testes futuros no colchão
do berço mostraram que ele havia absorvido uma quantidade
suficiente de sangue que poderia resultar na morte de um bebê. Uma
análise do macacão com
lâmpada
fluorescente
mostrou a presença de uma mancha de sangue que poderia indicar que
a garganta do bebê havia sido cortada.
Durante o caso, a
polícia local lidou de maneira inadequada com as evidências. Eles
não fotografaram ou tentaram preservar os materiais encontrados, o
que basicamente invalidou muitas das conclusões. No entanto, o
depoimento de um especialista provou ser o suficiente para
condenar Lindy Chamberlain pelo assassinato e condenar seu marido
como cúmplice. Três anos mais tarde, depois que mais uma peça de
roupa de Azaria foi encontrada, Lindy foi libertada. Oficialmente,
o caso permanece aberto.
Esse caso mostra o
que pode acontecer quando a polícia não está treinada para
realizar a análise de manchas de sangue. Quando o local é
modificado e as roupas são lavadas, não há como recuperar as
evidências. Se os oficiais tivessem realizado a investigação de
maneira adequada, os Chamberlains poderiam estar presos ou,
talvez, pudessem provar definitivamente que um dingo realmente
comeu o bebê.
Perícia Criminal - ANDRE LUIS DO NASCIMENTO FAUSTINO
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